A morte de um companheiro

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Hoje é um dia de profunda tristeza para toda a nossa categoria. O companheiro Rafael Daniel da Silva, de 23 anos, empregado na manutenção da Real Transportes veio a óbito num acidente de trabalho.

O que entristece ainda mais é saber que se trata de morte provocada por pura e simples negligência e que, portanto, poderia ser facilmente evitada. Quando realizava manutenções rotineiras num dos veículos da empresa na valeta de reparos da oficina, Rafael foi eletrocutado e não resistiu.

Mas por que Rafael foi eletrocutado? Porque a valeta em que trabalhava é continuamente inundada por água que mina do solo. Porque não tinha equipamentos adequados de proteção. Porque as reiteradas solicitações de adequação do local de trabalho não foram atendidas. Em suma, porque empresários só tomam atitudes quando o pior acontece.

Os descasos com a segurança dos trabalhadores são flagrantes na Real Transportes: valetas de trabalho com água; fiações expostas ao tempo, ferrugens em estruturas de coberturas, fiações expostas próximas a tanques de combustível, falta de equipamentos de proteção individuais. Só com nossa pressão a empresa se coloca a fazer aquilo que não é mais do que o seu dever. Só com muito empenho e muita pressão do sindicato um novo galpão e manutenção está sendo construído, mas as obras estão paralisadas sem explicação.

A canção Construção, de Chico Buarque, talvez seja o mais belo retrato do descaso para com o trabalhador comum, “anônimo” no cumprimento de sua função. Aquele que no fim se resume a um estorvo para o trânsito. Não será esse o destino de Rafael para nenhum de nós. Exigiremos da empresa tudo o que é de direito e tudo aquilo que a família de Rafael precisar para lidar com a perda de um ente querido.

Apoiaremos toda e qualquer manifestação de trabalhadores em possíveis ações a serem tomadas como pedido de ressarcimento. Colocamos nosso departamento jurídico à disposição de todos os trabalhadores e cobraremos do poder público o que for cabível ao caso. A tragédia que acometeu Rafael não se repetirá.

Sabemos que apenas isso não consolará sua família dessa perda irreparável, mas Rafael se tornará o símbolo de como a negligência para com a segurança do trabalhador não pode ser tolerada jamais!

Entristece saber que se trata de uma morte que poderia ser facilmente evitada
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