Companheirada, vivemos uma situação realmente crítica de nossa democracia e consequentemente para todos os trabalhadores. Depois de todos os absurdos na condução da pandemia, cuja omissão do governo levou a quase 600 mil mortes de brasileiros, constantemente o sociopata que ocupa a Presidência da República atenta contra as instituições e flerta com o golpe, contestando a confiabilidade do sistema de votação eletrônico e convocando seus seguidores às ruas contra os demais poderes constituídos.
Ao mesmo tempo, o país vive um descontrole na economia, com elevação de preços de combustíveis e de itens de primeira necessidade, com inflação em alta e tornando a vida dos trabalhadores cada vez mais sofrida, devido à perda de renda. Agora, a incompetência na gestão vai gerar um problema ainda maior, com aumento de tarifas de energia elétrica, o que breca a retomada do crescimento e de geração de empregos.
Enquanto todos esses problemas tomam conta do noticiário, sorrateiramente os trabalhadores continuam sendo atacados. Neste mês de agosto a Câmara aprovou um projeto com mudanças na CLT que prejudicam ainda mais os trabalhadores. O texto, no entanto, foi barrado no Senado. Entre as alterações propostas está a possibilidade de contratação sem direito a FGTS, 13º e férias e, pasmem, até mesmo sem carteira assinada. Ou seja, é a legalização do trabalho precário. Mas o absurdo não para por aí, pois ainda reduz percentual de horas extras e dificulta a fiscalização do trabalho análogo à escravidão.
O fato de os senadores terem barrado a iniciativa, o que acontece ultimamente no país reforça o que tenho repetido insistentemente da necessidade de união cada vez maior dos trabalhadores. Nós, os condutores de Guarulhos e Arujá, somos exemplos de que a organização na luta e um sindicato forte geram frutos. Mas precisamos de mais ainda, de verdadeiros representantes dos trabalhadores nos cargos públicos, principalmente no Legislativo. O que vemos é simplesmente congressistas que atuam claramente em favor do patronato, e com o todo o suporte de um governo que despreza o trabalhador. Fala em liberdade mas age para escravizá-lo.