Com a inércia e a falta de diálogo por parte dos representantes das empresas de ônibus, que se omitiram diante das inúmeras tentativas do SINCONVERG de buscar uma solução para
o pagamento do 13º e das horas extras dos condutores, o Departamento Jurídico do sindicato ingressou com uma ação cautelar na Justiça nesta terça-feira, dia 15, para garantir o
pagamento dos direitos dentro do prazo legal, definido em acordo e pelas leis trabalhistas.
Caso o pagamento não ocorra, a categoria vai cruzar os braços.
Na defesa dos direitos dos condutores, o SINCONVERG tem se empenhado em realizar conversas com o Guaruset, o sindicato das empresas de ônibus. Alegando problemas financeiros devido à pandemia, os
patrões anunciaram a intenção de fatiar o pagamento da segunda parcela do 13º (que por lei deve ser depositada até dia 20 de dezembro), além de pagar apenas parcialmente o benefício aos trabalhadores que
tiveram o contrato de trabalho suspenso temporariamente durante a pandemia.
Além disso, os patrões querem postergar o pagamento das horas extras, cujo acordo feito com o sindicato determina que devem ser depositadas em dinheiro até dia 31 de
dezembro, caso não fossem concedidas em descanso anteriormente.
EMPRESAS SE OMITEM E NÃO DÃO RESPOSTAS
Representantes das empresas não entregaram informações do setor solicitadas pelo SINCOVERG
Buscando sempre o diálogo, em uma reunião inicial o SINCOVERG solicitou os números do setor para o Guaruset e estabeleceu prazo até dia 10 de dezembro para que fossem apresentados. Além de não mostrar os dados, os representantes dos patrões sequer compareceram à
reunião agendada nessa data para continuar as tratativas, em uma atitude de extremo descaso com a categoria. O SINCOVERG procurou inúmeras vezes agendar nova reunião para
manter a discussão sobre os direitos dos condutores, mas não obteve resposta.
Como não houve discussão, mesmo diante de todas as tentativas de negociação
por parte do SINCOVERG, e como os representantes das empresas não se manifestaram, o sindicato
entrou com ação para garantir o pagamento dos direitos dos trabalhadores dentro do prazo: dia 21(já que dia 20 é domingo) para a segunda parcela do 13º e dia 31; para horas extras
e um terço das férias. O descumprimento levará inevitavelmente à greve para fazer valer os direitos dos trabalhadores.
A categoria, que atuou corajosamente durante a pandemia para manter o serviço público em funcionamento, inclusive com risco à vida dos condutores e à família deles, não pode ser
mais uma vez penalizada, tanto pelo descaso dos patrões como pela irresponsabilidade do governo Guti, que reduziu os subsídios às empresas e até cortou o repasse, diferentemente
do que ocorreu em outras cidades, e também foi omisso, cortando postos de trabalho no transporte público.
O SINCOVERG está aberto às discussões e firme para defender os direitos dos trabalhadores e mantém o estado de greve.