Diante da ameaça dos trabalhadores do transporte público de cruzar os braços contra a decisão das empresas de ônibus de parcelar a segunda parcela do 13° e o não pagamento de horas extras, o sindicato das empresas, Guaruset, chamou a direção do SINCOVERG para uma reunião a fim de abrir negociações a respeito das reivindicações dos trabalhadores.
Com a forte pressão da categoria, que durante assembleias realizadas na garagens de ônibus rechaçaram a intenção dos patrões, o Guaruset protocolou o pedido de abertura de negociação na sede do SINCOVERG na sexta-feira, dia 4, e a reunião está marcada para a manhã de segunda-feira, dia 7. Mas o SINCOVERG mantém o estado de greve e informará a categoria sobre o avanço ou não das tratativas.
Não bastasse querer parcelar a segunda parcela do 13º, os empresários querem pagar parcialmente o benefício aos trabalhadores que tiveram o contrato de trabalho suspenso temporariamente devido à pandemia do coronavírus.
Se as empresas alegam dificuldades econômicas, imagina trabalhadores como os condutores, que estão na linha de frente do combate ao coronavírus, como serviço essencial à sociedade, atuando bravamente e colocando suas vidas e de seus familiares em risco. Além disso, ainda têm de lidar com descaso do governo federal, que minimizou os impactos à saúde do coronavírus e incentivou comportamentos que levaram à propagação da doença e consequentemente mais mortes, e também com um governo municipal que cortou subsídios para o funcionamento do setor e ainda exterminou empregos, ao acabar com a função de cobrador nos coletivos e não tomar qualquer medida contra o fechamento de empresas de ônibus na cidade.
Ofício da Guaruset solicitando reunião com o SINCOVERG
Mesmo com a reunião agendada com os representantes das empresas, o SINCOVERG mantém
o estado de greve até o término das negociações.
O sindicato manterá a categoria informada sobre o avanço ou não das tratativas.